Daniella Féder
A marchinha de Haroldo Lobo e Marino Pinto saudou com alegria a volta de Getúlio Vargas à Presidência do Brasil. A canção, otimista, foi utilizada como música de propaganda política de Getúlio. O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) não errou ao escolhê-la: ela foi cantada por todo o Brasil.
Em 1950, Vargas derrotou a UDN e o PSD, ganhando o cargo de Presidente da República pelo PTB por meio do voto popular.
Agora presidente (assumiu o mandato em 1951), o "Velho" se propôs a se comprometer de corpo e alma com políticas sociais de interesse público. A marchinha retrata a euforia da massa com a nova promessa. Ele retomou sua orientação nacionalista e deu início a um mandato polêmico.
Os projetos de desenvolvimento do período tiveram forte presença do Estado - intervencionista ou não. Eles visavam o fortalecimento da indústria de base. Vargas implantou o monopólio estatal do petróleo, criou a Petrobrás e nacionalizou a produção da Eletrobrás.
Vargas com a mão suja de petróleo, imagem da campanha intitulada “O petróleo é nosso”. Foto: divulgação
Porém, a época foi marcada por escândalos administrativos, altos índices de inflação e fortes oposições civis e militares que afetaram a estabilidade do governo. Os movimentos populares cresciam, preocupando as classes dominantes e fortalecendo o antigetulismo.
Carlos Lacerda
O jornalista Carlos Lacerda era uma figura conhecida da imprensa do período. Foi o fundador do jornal Tribuna da Imprensa, o principal veículo de comunicação antigetulista. Lacerda publicava diariamente ataques contra o governo, como denúncias de casos de corrupção, infrações e falhas administrativas.
No dia 5 de agosto de 1954, Lacerda voltava para casa após um comício, quando foi atingido no pé com um tiro. Seu guarda-costas, o Major Rubens Florentino Vaz, também foi baleado, e morreu. O jornalista foi levado ao hospital, onde disse ter sido vítima de um ataque provocado por elementos da Presidência da República. Uma semana depois, ele publicou em seu jornal um editorial pedindo a renúncia do presidente.
Lacerda chegando ao hospital após o incidente. Foto: divulgação.
O fim
Vargas estava vivendo um isolamento político crescente e fortes pressões governamentais. Quando um inquérito provou que houve o envolvimento de membros da sua guarda pessoal no atentado, o presidente se viu diante de uma exigência imediata de renúncia.
Em 24 de agosto de 1954, Getúlio Vargas cometeu suicídio - dois anos antes do fim do mandato, que provavelmente não terminaria nem se estivesse vivo.
Fontes de pesquisa: Grande Enciclopédia Larousse Cultural (volume 24), Wikipedia, Portal UOL Educação.
Materiais associados ao tema (por Renata Martins):
Getúlio Vargas discursa durante inauguração do Instituto de Puericultura e Pediatria na Cidade Universitária da Universidade do Brasil. Foto: divulgação.
Cartaz de campanha de vargas. Foto: divulgação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário