sexta-feira, 18 de março de 2011

Olga Benário Prestes

Filha de judeus, alta, de cabelos escuros e olhos azuis, Olga Guthmann Benário nasceu em Monique no dia 12 de Fevereiro de 1908. Desde cedo, participava de atividades comunistas. Com 15 anos, em 1923, ingressou no movimento comunista de esquerda. Graduada pela Komintern (organização política fundada por Lenine após a Primeira Guerra Mundial) recebeu a mais importante tarefa de sua vida: participar da realização de uma Revolução Comunista no Brasil (Intentona Comunista de 1935), para onde foi na década de 1930.


Durante sua missão, Olga conhece Carlos Prestes, com quem viajou para Leningrado, Amsterdã, Bruxelas e Paris. No decorrer da viagem, “interpretaram” o papel de recém-casados, o que os obrigou a criar intimidades inesperadas. Um tempo depois, o que era até então ficção virou realidade, pois Prestes e Olga se casaram e foram passar a lua-de-mel em Nova Iorque. Logo após, pegaram um trem para Miami, onde iniciaram sua viagem para o Brasil e iniciaram, assim, a o Movimento Revolucionário da recém fundada Aliança Nacional Libertadora.


O Movimento ganhava cada vez mais adeptos das classes mais desfavorecidas da sociedade da época. Desse modo, o avanço da ANL assustava o governo de Vargas. Uma carta enviada por Prestes propondo uma revolução foi o pretexto para Getúlio decretar a proibição do PCB e da Aliança como partido. A polícia tentava descobrir o paradeiro do presidente da Aliança e de outros envolvidos, que, devido a um golpe comunista conseguiram simular sua estadia no exterior. Isso fez com que o governo desviasse sua atenção dos manifestantes.  Apesar disso, a revolução fracassa em 1936. Em decorrência desse fracasso, Olga e Prestes são presos e separados. 
Grávida de Prestes, Olga empreende uma grande luta para ter sua filha no Brasil. Mas o governo Vargas, como uma vingança pessoal contra Prestes, se empenha em deportar Olga para a Alemanha. Assim, ela segue deportada grávida de sete meses e é levada à prisão de mulheres da Gestapo.
Na madrugada de 27 de novembro de 1936, exatamente um ano após o fracasso da revolução, nasceu Anita Leocádia, filha de Olga e Prestes, um bebê forte e saudável. Quando Anita tinha 14 meses de idade, foi retirada dos braços da mãe e entregue à avó.



Em 1938, Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg, e em 1939, para Ravensbrück, o único grande campo exclusivo para mulheres. Lá, Olga foi líder do bloco e deu aula para outras presas. Em 1942, Olga foi morta juntamente com mais 200 mulheres em uma câmara de gás.
Por Pamela Castilho e Flávia

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